Outro dia uma amiga publicou numa rede social:
"Que tal pararmos pra prestar atenção quantas vezes pedimos desculpas por dia? E destas, quantas achamos que os pedidos tem realmente razão? A gente naturaliza tanto as coisas que sequer percebe o porquê das nossas ações automáticas. Que tal anotarmos num caderninho, pelo período de um mês? Quem topa? Acho que resultado pode ser bem interessante."
Eu não sabia pedir desculpas. Talvez até hoje não saiba fazer isso direito. Pedir desculpas implica assumir o erro, a falha, o tropeço. E não estou sempre disposta a fazê-lo. Posso ter mais facilidade em pedir desculpas quando esbarro em alguém sem querer, quando esqueço de fazer algo que me comprometi em fazer, quando chego atrasada; mas há situações em que a desculpa é quase uma dor pra mim, pois, mais uma vez, implica que eu errei. Fui convencida disso ou é assim mesmo que funciona? A essa altura do campeonato eu já devia saber.
Pensando no exercício proposto pela minha amiga, comecei a observar a natureza das desculpas que eu pedia.
Pedi desculpas por estar doente. Por ter feito o almoço. Por não querer fazer sexo. Por não conseguir dormir. Por ter acordado tarde. Por esquecer de contar uma novidade importante. Por sugerir um determinado presente. Por não me sentir confortável em determinado lugar. Por me sentir ansiosa. Por chorar. Por ter sido estúpida num momento de tensão. Por não ter gostado da comida. Por estar cansada demais pra andar. Por passar mal no meio da rua. Por dizer não.
Eu acho que me sinto constrangida demais pra dizer que a natureza das minhas desculpas, quase sempre, é a de assumir uma culpa que não devia ser culpa. Nós mulheres aprendemos desde cedo que a culpa é nossa. Não importa do quê, a culpa é nossa.
Não consegui terminar o exercício, mas acho que ele cumpriu o objetivo.
Pensando no exercício proposto pela minha amiga, comecei a observar a natureza das desculpas que eu pedia.
Pedi desculpas por estar doente. Por ter feito o almoço. Por não querer fazer sexo. Por não conseguir dormir. Por ter acordado tarde. Por esquecer de contar uma novidade importante. Por sugerir um determinado presente. Por não me sentir confortável em determinado lugar. Por me sentir ansiosa. Por chorar. Por ter sido estúpida num momento de tensão. Por não ter gostado da comida. Por estar cansada demais pra andar. Por passar mal no meio da rua. Por dizer não.
Eu acho que me sinto constrangida demais pra dizer que a natureza das minhas desculpas, quase sempre, é a de assumir uma culpa que não devia ser culpa. Nós mulheres aprendemos desde cedo que a culpa é nossa. Não importa do quê, a culpa é nossa.
Não consegui terminar o exercício, mas acho que ele cumpriu o objetivo.